28 outubro 2007

"Desde que o Samba é Samba é Assim"

Ontem estava me lembrando o que um moço aí me disse sobre estudar um instrumento, quando estava sentada em frente ao piano. Ele me disse que estudar aquele instrumento o acalmava. Lembro também que comentei que não conseguia tocar quando estava aflita, ou com algum sentimento muito intenso. Me desconcentro, funciono mais devagar, não penso... Sai tudo errado. Sei lá.
Mas hoje, justo hoje, com esta prezada pessoa afastada, longe, excessivamente forasteira, consegui me acalmar ao som das minhas mãos frenéticas correndo pelo teclado, tentando com uma certa dose de frustração executar uma peça de Chopin, uma tal de "Valsa Brillante" (número não-sei-das-quantas). Foi algo aliviante, como quando consegui fazer um melisma certo, com a maldita corrente de ar apoiada. Uma coisa sem querer, desavisada e alentadora. Foi terapêutico. Bom. Estava tão tristonha, sem notícias, nada além de um apático e-mail mal humorado. "Cantando eu mando a tristeza embora" diz Caetano, Ele diz "Tocando eu mando a tristeza embora" e por um tênue momento, consegui assentir.
A tristeza aflita e culposa tornou numa serenidade incômoda. E cá estou eu, na minha aflitividade desabafada, sem surdina, entendendo essas desventuras e bichos estranhos que somos;nozes (macadâmias de preferência).

2 comentários:

Unknown disse...

^^

Dal Molin disse...

Macadâmia é uma delícia. Bonito texto, por sinal.