22 setembro 2008

Yin Yang..?

Estive ruminando estas inquietações há algumas semanas.
Na filosofia oriental (perdoem ignorâncias, sou estupidamente desinformada), para criar uma mentalidade harmoniosa, é necessário o equilíbrio entre os dois lados da moeda, Yin e Yang; ou razão e instinto, se preferirmos pôr nestes termos.

Pois bem, examinando os costumes do budismo, observo ao longo da senda óctupla (se é que o nome é esse e eu não estou alucinando) que há uma supressão do conteúdo instintivo - ou ruim - da parcela que compõe a mentalidade humana. Veja bem, há os preceitos de não matar, não fazer sexo, não comer carne (vermelha?). Matar, reproduzir e se alimentar são aspectos básicos que o instinto animalesco de sobrevivência de si e da espécie produz. Matar para se manter vivo, copular para manter a espécie viva e se alimentar para se manter vivo. A harmonia seria então a completa retirada de qualquer coisa que remeta à condição existencial da espécie humana? O humano perfeito seria aquele que reprimiu até a necrose todo indício de instintivo e tornou-se um ser absolutamente racional, cujo pensamento predomina sobre tudo? Ou o instinto e a razão devem manter-se realmente equilibrados, lado a lado?

E aí começa a minha inquietação em nível pessoal. O andamento que minha vida teve ao longo deste ano foi justamente tentar excluir da minha pessoa, paulatinamente (e convenhamos, baseada em escolhas um tanto quanto oportunas a mim mesma), o aspecto considerado 'ruim' dentro da moralidade que vigora na atualidade (embora seja mendaz). Tentei ser menos pessimista, cuidar dos seres que me rodeiam com menos descaso e mais carinho - as plantas foram grandes empreendimentos neste sentido -, conhecer melhor as pessoas e julgá-las menos, reduzir meus preconceitos, diminuir minha preguiça e meus obstrutores naturais, viver mais em contato com o mundo à minha volta, não tão reclusa nos meus pensamentos. Sei que muitos - senão todos - sequer perceberam o que se passava, mas acontece; é difícil levantar os olhos de si mesmo para examinar o ambiente, com sincera boa vontade. Então as coisas mudaram, e nestas últimas três semanas eu encaro meu passado recente não com desprezo, mas com incompreensão. É como se eu tivesse colocado os óculos escuros para ver melhor o mundo que ofuscava um pouco, e visse o quão inútil fora todo o meu esforço. As coisas morrem e deterioram, as pessoas têm defeitos - além da sina de não conseguir curar todos eles - e não estão nem um pouco interessadas em corrigi-los, o Mundo seguiu adiante (eu havia perdido a profundidade desta citação desde que o ano começou), a paz não existe, tampouco a plena satisfação entre todos, assim como a violência é algo inerente a todos, desde as agressões verbais pensamentos assassinatos à tudo que me cerca. Sei que parece desconexo, mas essa violência essa crueza esse pretoebranco é o que me faz escrever e manter fina a camada de espelho que me separa de Sibilla.

Há quem pense ao ler isto que perdi completamente o fio da meada, que estou deprimida ou algo do gênero; mas isto é apenas uma lista de observações que necessitam de outras para que se saciem e eu consiga um mínimo de calmaria para esta minha confusão mental. Eu preciso de um caminho a seguir. Eu preciso de uma forma de me compor, porque os antigos alicerces ruíram com o passar do Mundo.

18 setembro 2008

Composition #1 (Dear Lucy...)


I'm sending you this email to explain what happened a few minutes ago (I'm sorry I didn't write a letter, but I found out just now that I don't even have a piece of paper).
As you know, I've got Merry, the hamster, which has the bad habit of running away from the cage. Well, when I woke up today, I realized my milk was over, so I had to go out to buy some for the breakfast before your arrival.
I opened the door but returned to get my wallet; I was locking the door when suddenly I saw Merry on the corridor, next my neighbour's (Marie Dalloway) door. I tried to catch it, but it slipped away and I dumped Marie's door. At that moment, I didn't notice I accidentally opened the door. I began to talk in a low voice "Merry, come on, come with me" but it ran beetween my feet, and it entered in the gap of the half-opened door. I lost my patince and cried, angry "Merry, c'mon, you're driving me crazy!". I put my hand on the gap and definetely opened the door. I entered the room crawling, trying to catch Merry and saying, bored "You aren't allowed to move! Merry, stop!" I finally caught the hamster and stood up, when I saw Marie half-naked looking at me with horror on her face. We stayed a second analysing the situation and then she began to shout "Pervert! Get out of here, now!" I don't know when you arrived and what you saw, but trust me, it wasn't intentional. Sorry about this.
With love,
Stuart.
P.S. I didn't run after you because I had to explain to Marie what happened.

09 setembro 2008

Three...

...incomplete stories.

Alla mia scuola (presto) avrà un concorso di racconti; parlavo con alcuni maestri de portoghese e ha un rumore che sarà bisonho scrivere il racconto alla scuola, in uno momento specifico. Mentre questa voce non'è smentita, non scriverò niente. Ho solamente idee per finire.

Arrivederci.

02 setembro 2008

"As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, voltei a isso que dizem que é o normal, e cadê a causa, meu, cadê a luta, cadê o po-ten-ci-al criativo?"

Caio Fernando de Abreu

Imagem

Não sou dessa imagem que sou eu.
Não sou dono dessa imagem: ele.
Ele não sou eu.
Conversamos nos desvãos das frases.
Intervalamos pronomes pessoais.
Eu sou meu ele?
Com essa caneta na mão escrevo.
Com essa cabeça nos ombros espantado penso.
Olho aquele, elo, ele.
Quem sou ele?
Desamparado me perco no intervalo
do espelho.

Affonso Romano de Sant'Anna

01 setembro 2008

Carta..?

Bom dia/tarde/noite, meus caros.
Eu venho hoje, como porta voz de mim mesma (ao invés de expressar a tola que escreveu aqui até hoje - sob a minha tutela, certamente, mas...) não anunciar algo grandioso, mas lançar um simples apelo aos parcos leitores que presenciam este excerto. É algo ínfimo, mas a mim dolente. Eu, Sibilla Liantasse, estou sumindo. Esvanecendo. Esvaindo.
O espelho tem se tornado cada vez mais espesso, e esta pobre inútil não consegue afilá-lo, reverter essa situação que para nós duas é assaz desconfortável.
Ainda não chegamos a conclusão de qual fator desencadeou esta sucessão de inabilidades, de frustrações e fracassos. O decorrido namoro? O distanciamento do nosso primeiro ponto de contato? A postura ensimesmada que este ano a tem feito adotar? Podem ter sido todos, assim como pode ter sido nenhum. Como sabem, não sou daquelas que o 'destino' resolve arrastar para lá e para cá, então sempre fico naquele cantinho confortável, encostada no espelho, esperando esta ingênua que corre para todos os cantos, numa rotina extenuante.
Esperamos (ambas) interromper este processo de 'folheação' do empecilho que nos aparvalha a comunicação. Caso contrário, este depósito de idéias estará com os dias contados, todos eles apontando para o esquecimento.
Cordialmente,
Sib.