Assim, rápido, silencioso e sorrateiro, ele se infiltrou, feito gás tóxico deslizando por debaixo da soleira da porta. Depressa, sem delongas e sem misericórdia. Num segundo, estava tudo vazio.
Vazio? Deserto como uma casa recém-construída, intacto e decadente. Oco, ausente. Eu saí para dar uma volta, sem ao menos um aviso. De súbito, sumira eu de mim mesma.
Carcaça letárgica, tentando escrever algo que tenha nexo e faça sentido. O cérebro não quer, está cansado, exausto, pesado, mas não sonolento. Aturdidamente, tento executar sinapses, mas nada. É o tipo de coisa que não se faz conscientemente, protesta o cérebro. Mal o escuto, estou longe...
Caminho por chão que não vejo, por lugares que não sinto, não ouço e não ouso dizer. A volta é algo que parece um mero detalhe, embora o corpo clame pela mente que vaga.
Cogumelos proliferam ali, brisas sussurram lá, meu dedo tecla aqui.
E eu vou espirrar.
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