11 agosto 2010

Santos

Vejo na linha do horizonte luzes de uma cidade. Luzes que dividem a água do ar, o preto do preto - parecem estrelas que, ao invés de estarem dispersas pelo céu, resolveram congregar-se em uma linha horizontal.
Lá longe há uma cidade. Uma cidade de containers, de ratos, de cascos com cracas, de sujeira. Talvez um punhado de humanos. Uma cidade de luzes, mergulhada no (m)ar salobro, tênue na cisão entre fluidos salgados.
No escuro, ela até parece frágil. Na claridade latejante e nublada, parece um tributo. Sabe-se lá ao quê.