28 setembro 2013

mãe-pátria

Era uma vez uma mãe
que assistia TV e tinha um filho em missão de paz.
Orgulhosa ela era
orgulhosa permaneceu quando um oficial bateu na sua porta
e com pompa fúnebre transmitiu-lhe seus pêsames.

Com lágrimas de orgulho foi ao enterro
com o rosto sobriamente radiante beijou a bandeira que cobria a madeira
- morreu pela pátria
dizia
na madrugada do dia dezesseis -
e parecia insensível à dor e à dúvida.

Até que um dia foi notificada
que o último pagamento do filho estava no quartel para ser retirado.
Qual foi o seu choque quando, ao chegar,
viu que o pagamento parava no dia quinze.

Um comentário:

Lu disse...

Oi Le!
Só queria dizer que gostei bastante dessa poesia! Foi você mesma quem escreveu, certo?
Sutil, leve e tocante ao mesmo tempo.
Um abraço,
Lu//nee-chan