11 maio 2010

Um gato.

Você está em uma casa vazia e passa por um gato. Que gracinha. Abaixa-se para acariciá-lo e ele parece enlouquecer. Endemoniado, ele começa a arranhar tudo de você que está ao seu alcance. A dor é excruciante, você tenta afastá-lo com as mãos, ele as dilacera; você tenta afastá-lo com o pé, ele o rasga. Você corre pelo corredor vazio da casa, e ele vem no encalço, como que enganchado em sua pele da perna. A dor lhe faz perder o desejo de fazê-lo parar, e esse é substituído pelo desejo de matá-lo. Você consegue de alguma forma desvencilhá-lo da sua carne, e quando ele vem em sua direção, como que sedento, com um pulo você pisa nele com os dois pés.

'Morreu' você pensa. Não consegue ver, está com os pés em cima. Quando os levanta, vê que ele agora é cocô. Merda sólida, e que fica no chão, com seu formato típico - aquele não deformado pelos seus pés.

'Oh' diz você, 'virou cocô'.

Dói, e você vai embora.

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