' Quando você for inspirar, faça-o até o ar chegar ao pé' ela disse, disfarçando com delicadeza a impaciência que a rondava. 'Como se o ar fosse ser armazenado lá, também, como se você fosse voar'.
Alice fechou as pálpebras enquanto o fez, as narinas a dilatar-se silenciosas, as costelas inflando-se como um balão, a pélvis a segurar-lhe o ar que tramava de escapar-lhe, rindo como criança marota. Ele foi descendo, disseminando-se dentro de seu corpo de fantasia, explorando os vãos entre as células, até que enfim ele chegou ao pé. Os olhos se abriram, extáticos, relampejando triunfo.
É. Extáticos era bem a palavra. Não era ar que a impelia senão seus músculos retesados. A voz de sua professora não era nada senão um eco longínquo em sua mente, deteriorada e distorcida pelas mãos firmes e mornas que lhe subiam pelas coxas, com as costas roçando entre si. Alice fechou os olhos de novo e tenaziou o que pôde primeiro distinguir pelo tatear: sua ovelha de pelúcia. Estava a levantar vôo, e não deixaria para trás sua nuvem particular.
Um comentário:
alice é uma nova personagem? (:
curious about her, tell me more.
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