tenho olhos cansados
da luz desnuda dos corredores
e salas
intermitente pelos que vão e vem
- esses que às vezes se demoram
pelos umbrais
fazem hora
bloqueiam a claridade
e assim que se vão
ofuscam
too bright a sight.
tenho os olhos cansados
das telas das telas das
telas
das letras monitores e devices
de versos ocos
de Hefestos manco
meus olhos, de cansados
ardem
desfocam, embaçam
veem fantasmas pelos cantos
figuras e vultos impressos na retina
(esses nem sei se desbotam)
mas veem ipês escondidos
e pitangueiras em flor.
nessa hora, descansam
no mais, secam
no vapor árido dos escapamentos
latejam ao compasso dos freios
arranques e buzinas
pestanejam
fecham e
reabrem, cansados.